Ela corria pela multidão interminável no aeroporto. Não deixaria ele ir, não sem dizer algumas coisas.
A cada vulto pelo qual passava, um sorriso, um olhar, uma palavra trocada com ele voltava a sua memória. Parou no balcão de informações, a mulher deu um pequeno sorriso ao ver a garota trupicando nas palavras ao contar a história, mas sua voz saiu com um toque de urgência ao chamá-lo pelo microfone.
Ao se virar ela o viu, estava escorado em sua mala, ele sorria.
Ela foi andando até ele e se torturando mentalmente por não ter pensado em um roteiro.
— Eu esqueci alguma coisa? - ele perguntou.
— Não... - respondeu ela olhando pro chão. - Bom, sim.
— Não vá...
— O que?
— Por favor, não vá... - repetiu olhando-o com lágrimas brotando no canto dos olhos.
— Lily, eu... Você sabe que...
Ela o abraçou. Por um momento o mundo parou e não foram necessárias palavras. Por um momento.
— Eu te amo - susurrou ela.
Ele segurou-a pelos ombros e a afastou alguns centimetros. Encarou aquele rosto conhecido, aqueles olhos expressivos e sabia, sabia que ela falava a verdade. A única verdade que o faria ficar. Sorriu, cercou a pequena cintura com os braços e puxou-a para si.
— Te amo também - sussurrou antes de tomar os lábios dela.
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E no meio do inverno, o mundo ficou mais quente.